Enquanto edito as imagens
para aqui mostrar, dos trabalhinhos que a Princesa foi fazendo para a
Escola, apeteceu-me vir partilhar recordações...
Quando pensava em
brincar na rua, sempre tive um pouco a ideia de que não o tinha
feito, isto porque na verdade não o fiz na rua onde morava. Só que
de repente percebi que brinquei e muito, no espaço de rua que
envolvia o prédio onde moravam os meus avós maternos. Fiquei feliz
e ao mesmo tempo com os olhos marejados.
Foram tempos tão bons
e tinham uma dinâmica muito própria...
Tudo se passava assim.
Como somos muitos primos, os rapazes ocupavam o relvado em frente ao
prédio para jogar à bola e as raparigas andávamos por ali, a
saltar, a colher flores, a andar sobre o muro pé ante pé até ao
dia em que num outro relvado, nas traseiras do prédio, construiram
algo (que ainda hoje não sei o que é) mas que para nós se tornou
um perfeito castelo onde podíamos dar asas à nossa imaginação.
Estou a recordar e a
sentir como se fosse ontem e é por isso, que com muita alegria,
quando a Princesa nos pede se pode ficar na rua (tendo nós a
felicidade de em frente à porta do prédio onde vivemos também
termos relva e ficando as estradas apenas nas traseiras) dizemos logo
que sim e desta forma ela faz novos amigos e cimenta amizades.
Apenas noto uma
diferença que me entristece um pouco, é que apesar de quando eu era
criança, bastava espreitarem à janela para nos verem, sei que não
se sentia essa necessidade e assim os meus pais e tios estavam à
vontade nas suas conversas sem terem que se preocupar connosco e
hoje, há sempre um pai ou mãe na rua ao pé das crianças para se
assegurar de que nada, nem ninguém de mal, se chega a elas...
Abreijos
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