14 junho 2016

Brincar na Rua


  Enquanto edito as imagens para aqui mostrar, dos trabalhinhos que a Princesa foi fazendo para a Escola, apeteceu-me vir partilhar recordações...
  Quando pensava em brincar na rua, sempre tive um pouco a ideia de que não o tinha feito, isto porque na verdade não o fiz na rua onde morava. Só que de repente percebi que brinquei e muito, no espaço de rua que envolvia o prédio onde moravam os meus avós maternos. Fiquei feliz e ao mesmo tempo com os olhos marejados.
   Foram tempos tão bons e tinham uma dinâmica muito própria...
  Tudo se passava assim. Como somos muitos primos, os rapazes ocupavam o relvado em frente ao prédio para jogar à bola e as raparigas andávamos por ali, a saltar, a colher flores, a andar sobre o muro pé ante pé até ao dia em que num outro relvado, nas traseiras do prédio, construiram algo (que ainda hoje não sei o que é) mas que para nós se tornou um perfeito castelo onde podíamos dar asas à nossa imaginação.
  Estou a recordar e a sentir como se fosse ontem e é por isso, que com muita alegria, quando a Princesa nos pede se pode ficar na rua (tendo nós a felicidade de em frente à porta do prédio onde vivemos também termos relva e ficando as estradas apenas nas traseiras) dizemos logo que sim e desta forma ela faz novos amigos e cimenta amizades.
  Apenas noto uma diferença que me entristece um pouco, é que apesar de quando eu era criança, bastava espreitarem à janela para nos verem, sei que não se sentia essa necessidade e assim os meus pais e tios estavam à vontade nas suas conversas sem terem que se preocupar connosco e hoje, há sempre um pai ou mãe na rua ao pé das crianças para se assegurar de que nada, nem ninguém de mal, se chega a elas...

Abreijos   

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